O olhar do jornalista Investigativo
Apuração, medo e prêmios foram debatidos no ultimo dia de
jornada
Jornalismo Investigativo na Era digital foi tema de mesa redonda, que
aconteceu na quinta feira (04), e contou com a participação de Angelina Nunes,
editora do Jornal o Globo e do capixaba Alex Cavalcanti, responsável pelo
núcleo de projetos especiais da TV Vitória.
Os convidados são especialistas quando o assunto é matéria especial.
Ambos acreditam que muita coisa mudou no jornalismo investigativo, com as novas
mídias e também com os novos profissionais e equipamentos. Mas, a editora do
jornal o Globo acredita que mesmo com tantas mudanças e inovações, ainda não é
possível saber o que interessa ao leitor, telespectador, ao ouvinte. “Mudou o
jeito de trabalhar. Mas, ainda não sabemos o retorno do conteúdo exposto no
site, não sabemos o que é interessante para o publico”, informa Angelina.
Os jornalistas investigativos destacaram durante a mesa redonda a importância
do profissional completo: Aquele que sabe minimamente gravar, editar,
fotografar, fazer matéria de radio, TV e impresso e no mínimo escrever. “Se
vocês querem estar no mercado, é necessário ter capacidade multimídia”, declara
o jornalista, Alex Cavalcanti.
Segundo, Angelina Nunes que também é diretora da Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo (Abraji). Sem boa
produção e apuração não há matéria. Um pré - roteiro também é fundamental. Além
de conhecimento de edição, fotografia, saber escrever e a tão temida matemática
para muitos jornalistas, é peça fundamental para uma boa matéria investigativa.
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Foto de Dayene Rodrigues |
Para trabalhar com Angelina é necessário preencher alguns pré -
requisitos, nada relacionado á beleza ou sexo. É necessário ser persistente,
não se deixar abater pelo primeiro não. Correr atrás da noticia, ter brilho no
olhar. Nada de pessoas arrogantes e que sabem de tudo. Ela se encanta com
pessoas com força de vontade de aprender. “O jornalista não pode viciar o
olhar”, destaca a jornalista. Ela acredita que o profissional tem que ter um
olhar de estranhamento para tudo.
O capixaba Alex Cavalcanti é conhecido por suas reportagens e prêmios e
considera um privilegio trabalhar com a parte investigativa. “O filé mignon do
jornalismo é a investigação”. O jornalismo investigativo é relacionado muitas
vezes a denuncia. Mas, ele vai muito além de denuncias, câmeras escondidas.
Segundo, Alex Cavalcanti é necessário tesão pela profissão, abrir mão de certos
prazeres, família e fim de semana. É investir pesado, pois existem gastos,
despesas que muitas vezes inibem a produção.
O estudante de jornalismo da
FAESA, Acácio Rodrigues é apaixonado por jornalismo investigativo e já foi
estagiário da equipe de Alex Cavalcanti. Ele também é membro da Abraji. “Dentro
da faculdade é preciso estar cercado de informação sobre jornalismo
investigativo, pois está é uma editoria que serve para todas as áreas. O aluno
interessado na área deve procurar cursos extras. Mas, a faculdade também deve
oferecer mais oportunidades como esta”, destaca o estudante.
Não é só de prêmios e apuração que vive o jornalista de matérias
especiais. Estes profissionais também sofrem com ameaças freqüentes, de mortes,
censura e outros tipos. “Eu estava fazendo uma matéria quando fui ameaçada de
frente”. Angelina estava fazendo uma
matéria quando foi ameaça de morte e a mandaram sair do local da matéria. Alex
por sua vez foi premiado por uma matéria realizada nas carvoarias e acredita
que “A pior ameaça é quando se mexe com o bolso”.